Após reação da bancada evangélica, Haddad se reúne com o bloco e anuncia grupo de trabalho para discutir isenção a pastores
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu na manhã desta sexta-feira com integrantes da Frente Parlamentar Evangélica e disse que vai discutir com a Advocacia-geral da União (AGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU) uma interpretação definitiva para a isenção tributária sobre salários de pastores.
Entre os deputados do segmento protestante, estiveram presentes o presidente da bancada evangélica, Silas Câmara (Republicanos-AM), Marcelo Crivella (Republicanos-RJ), Marcos Soares (União Brasil-RJ) e David Soares (União Brasil-SP). O presidente da frente do Senado, Carlos Viana (Podemos-MG), esteve com o ministro na quinta-feira.
O encontro desta sexta ocorreu depois que a Receita Federal suspendeu um ato editado no governo Bolsonaro que ampliava a isenção de impostos sobre salários pagos a líderes religiosos, como pastores evangélicos. A decisão gerou reação da bancada evangélica.
— Estamos preocupados com a suspensão do ato. Ele acabou sendo recomendado para compreender melhor o que o Ministério Público junto ao TCU gostaria que acontecesse. Suspendemos o ato, estabelecemos um grupo de trabalho para interagir tanto com a advocacia-geral quanto com o tribunal de contas, para entender exatamente como interpretar a lei que foi aprovada pelo Congresso, de maneira a não criar problemas para os servidores públicos da receita nem para prejudicar ou beneficiar quem quer que seja — disse Haddad.
O ministro da Fazenda disse ainda que o assunto foi politizado e deve ser tratado apenas no campo técnico e jurídico.
— Estamos estabelecendo um diálogo, até porque houve uma politização indevida. O que está se discutindo aqui é uma regra jurídica. Vamos despolitizar isso, buscando o apoio de quem dá a última palavra a respeito disso, que é a AGU — disse.
Gazeta FM